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22.08.2011 - 31.01.2012
Curso Formação Contínua - 2011-2012 3 de Outubro de 2011 a 31 de Janeiro de 2012 Coordenação Albert Cuchí | UPC Manuel Fernandes de Sá | FAUP APRESENTAÇÃO O desígnio da sustentabilidade ecológica apresenta um impacto particular nos sistemas urbanos. As restrições às emissões atmosféricas provenientes do sistema produtivo procuram escalas apropriadas de aplicação, sendo a escala urbana uma expressão privilegiada do metabolismo social que transforma recursos em resíduos e emissões. Falamos, por exemplo, das restrições estabelecidas pelo Pacote Energia-clima que dá continuidade ao Protocolo de Quioto. A obrigação de desenvolver e implementar modelos urbanos mais sustentáveis compromete todos os operadores urbanos responsáveis pela definição de políticas, especialmente, os políticos, gestores e planeadores urbanos. Deste modo, desencadeia uma série de questões a serem resolvidas para que os agentes que actuam no território abordem essa exigência com o enfoque mais adequado. Que temas devem ser considerados para potenciar a necessidade da sustentabilidade à escala urbana? Quais as opções e modelos disponíveis? Com que instrumentos, conceptuais e operativos, devemos enfrenta-los? Em que medida os instrumentos tradicionais de ordenamento urbano podem ser úteis? Que mudanças devem ser introduzidas para adequar esses instrumentos territoriais? Que outros instrumentos serão precisos para abordar a sustentabilidade à escala urbana? O curso pretende fomentar a interdisciplinaridade e a qualidade na investigação, reforçar a ligação ao tecido empresarial e social, a valorização económica e social e os acordos de cooperação com escolas e institutos, nacionais e internacionais. Áreas científicas O curso proposto tem como objectivo apresentar um discurso rigoroso sobre as relações entre sustentabilidade ecológica/território e território/cidade, numa exploração das suas implicações sobre a dinâmica territorial que suporta as nossas cidades. Propõe uma visão das opções/acções de intervenção urbanística para reduzir os impactos ambientais das cidades. Área científica - Classificação Nacional das Áreas de Formação (CNAEF) 581- Arquitectura e Urbanismo. A Classificação da Área Científica, conforme previsto no Regulamento de Aplicação do Sistema de Créditos Curriculares aos Cursos Conferentes de Grau da Universidade do Porto, que adopta a designação do CORDIS (Community Record & Development Information Service), é 06.01,Arquitectura. Objectivos - Estabelecer um quadro teórico da relação entre sustentabilidade ecológica, território e cidade. - Analisar a situação actual dos problemas ambientais das cidades e do território, bem como os caminhos de melhoria disponíveis actualmente e as possíveis acções futuras. - Conhecer as possibilidades e limitações dos actuais instrumentos de planeamento urbano de modo a incorporar as exigências do tema em estudo. - Identificar as estratégias de acção sustentáveis na cidade contemporânea. Competências e resultados esperados da aprendizagem Como resultado global do curso, o estudante deverá adquirir consciência da amplitude e profundidade do debate da sustentabilidade ecológica no âmbito urbano e territorial, da importância dessa escala na configuração da sociedade sustentável, da incidência - actual e futura - nas actividades próprias do planeamento urbano, assim como adquirir as bases conceptuais e metodológicas capazes de orienta-lo na prática profissional no ponto de vista da sustentabilidade urbana. O estudante deverá ser capaz de classificar os diversos factores determinantes para a sustentabilidade da cidade e do território; dispor de um quadro crítico em relação aos próprios instrumentos de planeamento urbano; ser capaz de integrar os objectivos do curso nas propostas de intervenção na cidade. Créditos O curso atribuirá 19 ECTS. ORGANIZAÇÃO Coordenação científica - Manuel Fernandes de Sá | Professor Catedrático, Presidente do Conselho Científico, FAUP - Albert Cuchí | Professor Arquitecto, Universidade Politécnica da Catalunha Coordenação do curso Alberto Lage | Assistente, FAUP Apoio institucional O curso tem apoio das seguintes instituições: - AdEPorto, Agência de Energia do Porto - ETSAV-UPC, Escola de Arquitectura de Vallès da Universidade Politécnica da Catalunha - OA e OASRN/Norte 41º, Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Norte PLANO DE ESTUDOS, PROGRAMA E MODO DE FUNCIONAMENTO O curso é organizado em seis temas que enquadram as diversas conferências e intervenções e que definem a abordagem que se propõe ao estudo e discussão do urbanismo para a sustentabilidade ecológica. Cada tema desenvolve-se em diferentes sessões que constituem o conteúdo teórico do curso e que deverão repercutir-se no andamento dos trabalhos práticos: I. Apresentação (curso, as bases teóricas e aplicação prática) -Exposição da estrutura do curso e anúncio dos casos de estudo seleccionados; -Apresentação das bases teóricas e da orientação do curso. II. Enquadramento (aproximação à sustentabilidade como suporte do curso e a relação com o urbanismo) Economia ecológica e alterações climáticas -Comparação paradigma orgânico/paradigma industrial; -O paradigma ecológico como marco de referência; -Introdução à economia ecológica. Planeamento urbano e emissões de GEE -A relação entre o urbanismo, o planeamento urbano e os paradigmas orgânico, industrial e ecológico; -Incompatibilidades entre planeamento urbano convencional e objectivos de sustentabilidade ecológica - o pacto dos autarcas, o pacote Energia-Clima e os Planos Municipais de Ordenamento do Território. Sustentabilidade ecológica e urbanismo -Práticas alternativas de urbanismo e abordagens contemporâneas à "ecologia urbana"; -A teoria do urbanismo perante a teoria ecológica. III. Edificação (papel da habitação sustentável num urbanismo ecológico) Edificação ecológica e fluxos de energia e materiais -Energia (energia primária, energia final, energia incorporada, ciclo de vida); -Materiais e emissões de carbono. Edificação ecológica e eco-transformação urbana -Evolução dos paradigmas dominantes de edificação; -O papel da Reabilitação Urbana e das políticas e programas de apoio ao planeamento urbano; -O pacto dos autarcas em matéria de edificação. Eficiência energética no uso de edifícios -Visão crítica da regulamentação térmica e limitações da certificação energética; -Outras vias para uma edificação termicamente passiva; -O pacto dos autarcas em matéria de eficiência energética. IV. Mobilidade (mobilidade de materiais e pessoas como raiz do facto urbano e a sua importância na sustentabilidade ambiental) Metabolismo urbano e mobilidade de fluxos -Metabolismo urbano não contaminante; -O pacto dos autarcas em matéria de mobilidade urbana. Mobilidade de baixa emissão e planos urbanísticos -A mobilidade suave e de baixa emissão e a repartição modal do espaço público; -Avaliação de planos e seus efeitos. Mobilidade ecológica e infra-estruturação do território -Os impactes ecológicos das infra-estruturas de transportes colectivos; -Os impactes ecológicos das infra-estruturas rodoviárias. V. Paisagem (escala territorial da dinâmica material urbana e a sua relação com a cidade) Água e paisagem urbana -Projectos e planos para infra-estruturas hídricas; -O pacto dos autarcas em matéria de serviços urbanos (água, resíduos). Paisagem produtiva -A paisagem rural e urbana como redes complementares para um metabolismo social não contaminante. Paisagem contemporânea -A paisagem rural e urbana como redes complementares no planeamento urbano e no "urbanismo real". VI. Síntese e integração: Integração dos três temas sectoriais -Abordagem conjunta de planeamento de sistemas urbanos; -Discussão de propostas para os casos de estudo e integração dos sectores da edificação, mobilidade e redes biofísicas num paradigma de planeamento urbano ecológico. As sessões de workshop acompanharão o andamento teórico focado e desenvolvido progressivamente com os temas teóricos estudados em cada um dos casos de estudo. Os casos devem ser tratados em grupos de vários alunos os quais desenvolverão, eventualmente, um trabalho individual adicional. Duração do curso De acordo com a metodologia proposta, o curso está organizado em 15 semanas com 12 horas por semana de aula, com uma carga horária de 180 horas distribuídas por sessões teóricas (75 horas), conferências, seminários e workshops (105 horas) em que se abordarão questões com base nos casos estudos fornecidos pelas autarquias, que sejam considerados relevantes. Considera-se que os alunos devem assistir às aulas, trabalhar nas sessões práticas e trabalhar fora da sala de aula e, durante a semana, participar em visitas, palestras, exercícios de desenvolvimento do trabalho de grupo, supondo-se um total de 514 horas de trabalho. Mais informações em https://sigarra.up.pt/faup/noticias |
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